quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Uma poesia desconcertante

Você não percebe
Que suas palavras
São como um furacão?
Se eles erraram
Já tiveram sua condenação
Porque o tempo da mentira
Passou
Você fuma cigarros
Bebe aos goles
Você não tem mais narinas
Mas o mesmo amor
Que é sinônimo de perdão
Também é justiça
O amor é cego
E corta
Dos dois
Lados.

Eu te dizia coisas tão vivas
Mas você as matava
Depois partia
Com tristeza
Você sempre teve
Olhos tristes
Sobretudo depois de fumar
Maconha.

A verdade é que
Eu também tentava te assassinar
Envenenando
O teu café
Frio
Mas eu sempre te
Ressuscitava
Ao escrever poesias
De amor
Sobre você.

Você quer uma poesia desconcertante?
Ela disse
Acabou o vinho
Ele lhe respondeu
O que eu tenho com isso?
A minha hora
Não chegou
Ela disse para todos
Façam tudo
O que ele vos
Disser.

Sexo oral

Que a gente carrega em si
Depois esquece
Repete o mesmo
Sem perceber
Eu sempre te pedia
Pra me ensinar
A escrever poesias
Mas você nunca quis
Eu mijava
Me afeitava
Eu te comia
Com as mãos
Ao tocar
Os teus seios e as
Tuas coxas
Teus lábios, teus pecados:
Dentro do teu útero
Eu era um homem
Sem nenhuma experiência
Porque você sempre
Se apresentava
De forma distinta
Gozar parecia amor
Era um sexo oral
Sem palavras.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Poemas de amor

Você me dizia
"Isso não é poesia, isso não se ensina"
Eu te respondia
"Estou falando de palavras,
Não de dores"
Você sorria
"Nada passa, embora o dia rompa
Sem nós dois e sem inspiração"
Depois te confessei
Um dia desses
"Com você valeu a pena
Escrever garranchos
Que nos feriam
Ainda mais
Que nos cortavam
Que nos tingiam"
Você perdeu as
Palavras
Desde então
O silêncio fala por nós
Porque não há novidade
Com a morte
Palavras não morrem
Palavras não sentem
Palavras não amam.
Palavras que não estacam
Poemas
De amor.