sexta-feira, 21 de maio de 2021

Minas Gerais

Pois é, Minas Gerais
Quando é pra bulir nos seus podres
Você geme como uma prostituta.

Quantos poemas ruins escrevi
Para descrever o limbo
E agora?
No meu coração lateja poesias indecentes
Mas guardo só pra mim
Aprendi com você:
Para ser sozinho
Há que aprender
A ser imenso.

O formato futurista 
Das montanhas que ainda não foram
Comidas
Há lagrimas de sangue
Saindo dos olhos dessas imagens
Quantos poetas mais
Você matará?

Nos cemitérios
Órfãos enterram suas mães
Será que há sinais de vida
Dentro de nós?
Olhe
Tudo está amarelo
Os ipês floriram mais cedo
O pôr-do-sol vermelho.

Ninguém tem pena
Dessas crianças?
Quem vai redimir seus pecados?
Eu tinha certeza
Que você encontraria respostas
Onde não esperava.