O que temos
Para hoje?
Nos teus lábios têm palavras
Na tua pele
Preta
Amor e suor
Calor
Na TV ligada
Vomitando ideologia
No pouquinho de paz
Que existia em nós
Na areia da praia
Dentro do teu útero
Não tenho te encontrado
Nesta multidão
Desorientada
Eu te vi
Bem de tardinha
Enquanto a cidade
Estava vermelha
Pelo sol e pelo medo.
O que temos
Para hoje?
Poesias pornográficas
Meu pau, tua buceta, nossa solidão.
O que temos
Para hoje?
Além da louça de ontem
Um tantinho de nós.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
quarta-feira, 23 de março de 2016
Lugar
Para esse lugar
Onde você escondeu
Mal escondido
A coisa mais linda.
Para esse lugar
Que não se sabe o trajeto
Lá a braquiária
Não derrete no inverno.
Para esse lugar
Me leve pelas mãos
A minha loucura fechou estes olhos
Para abrir outros.
Onde você escondeu
Mal escondido
A coisa mais linda.
Para esse lugar
Que não se sabe o trajeto
Lá a braquiária
Não derrete no inverno.
Para esse lugar
Me leve pelas mãos
A minha loucura fechou estes olhos
Para abrir outros.
quinta-feira, 17 de março de 2016
A poesia de Itapuã
A poesia de Itapuã
Bêbada
Debochada
Exalando rimas
Quando o mar
Fica de três cores
Azul escuro
Azul claro
Verde.
Bêbada
Debochada
Exalando rimas
Quando o mar
Fica de três cores
Azul escuro
Azul claro
Verde.
A calma da paz
Cada pedaço de nós
Isso que nos faz
Tanta falta
Na interseção
Com o tempo
Que tanto nos afasta
Bem mais
Que a distância.
Cada pedaço de nós
Em poesia
Os duplos sentidos
Pra esconder
A calma da paz
Daquela paz que só foi
Um pouco da gente
Fomos mais que isso,
Cada pedaço de nós
Que eu queria tanto
Esquecer
Nós escrevíamos
Nas paredes
Para se lembrar
Que nunca passou
O que tanto lateja,
Isso que nos faz
Tanta falta
Na interseção
Com o tempo
Que tanto nos afasta
Bem mais
Que a distância.
Cada pedaço de nós
Em poesia
Os duplos sentidos
Pra esconder
A calma da paz
Daquela paz que só foi
Um pouco da gente
Fomos mais que isso,
Cada pedaço de nós
Que eu queria tanto
Esquecer
Nós escrevíamos
Nas paredes
Para se lembrar
Que nunca passou
O que tanto lateja,
domingo, 13 de março de 2016
A grande puta
Minas, a grande puta
Com seus olhos de tesão
Com sua boca de tesão
Com o tesão
Entre os seios
Entre as pernas
Com o tesão
Entre os dedos
Com o tesão
Nas vísceras.
Minas
A grande puta.
sábado, 5 de março de 2016
Anti-poesia
Esta anti-poesia
É pra rasgar tua existência
Pobre fraqueza do homem
Pecado sem volta
Arredio entreposto entre tantas
Aberrações.
Esta anti-poesia
Não poderia ser de outra forma
O anti-amor e eu como um punk
Mal sei escrever miseráveis
Entrelinhas de estupidez
Sem vírgulas e com vícios.
Esta anti-poesia
Poderia te fazer pior ainda
Do que já és, santa impossibilidade
O nosso grande problema carnal
É que separamos o ser o estar
Pela vida inteira.
É pra rasgar tua existência
Pobre fraqueza do homem
Pecado sem volta
Arredio entreposto entre tantas
Aberrações.
Esta anti-poesia
Não poderia ser de outra forma
O anti-amor e eu como um punk
Mal sei escrever miseráveis
Entrelinhas de estupidez
Sem vírgulas e com vícios.
Esta anti-poesia
Poderia te fazer pior ainda
Do que já és, santa impossibilidade
O nosso grande problema carnal
É que separamos o ser o estar
Pela vida inteira.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
O deus da guerra
Os poetas que morrem
Nos campos de
batalha
Pelo mundo afora:
O deus da guerra
Sem dentes
Cego de um olho.
Os poetas que morrem
Ensaguentados
Em alguma cova sem
nome.
Os poetas que morrem
Do nosso lado
Em trincheiras
Muros pichados de vermelho
Sonhei com imagens
distorcidas
Que não se encaixam
Nem fazem sentido.
Como rosas vermelhas
desbotadas
Pelo tempo, nem as
rosas de plástico
Sobrevivem ao tempo.
Eu quero o teu lado
escuro
Esse que ninguém
enxerga
Que ninguém
compreende.
Do amor e outras poesias medíocres
Me leve pra um lugar
tranquilo
Onde eu possa
descansar
Pois meu fardo é
insuportável:
Já que você se
impregnou
Como um baseado
Entre os meus dedos
Amarelados
Com tuas mãos
Nas contas do meu
abdomem
Já que você se
misturou
Nos meus pelos do
peito
Nos pelos do umbigo
Agora que você se
enrolou
Nos meus dreads
Agora que você se
iluminou
Posso te ver sem
lupas sujas
Já que você
transtornou
Todas as manhãs.
Me leve pra um lugar
tranquilo
Onde eu possa
descansar.
Moana Grandinetti
Moana Grandinetti
Essa de lábios vermelhos
Provocantes
Deixava sua marca
Nos filtros de cigarro
Tenho
Pensado em você
E escrito poesias censuráveis
Eu já te vi senhora
Essa de lábios vermelhos
Provocantes
Deixava sua marca
Nos filtros de cigarro
Tenho
Pensado em você
E escrito poesias censuráveis
Eu já te vi senhora
Já te vi puta
Já te vi dama de
copas
Num baralho marcado
Já te vi deusa pagã
Em altares de sangue
Com serpentes de
bronze
Bezerros de ouro.
Moana Grandinetti
Essa que bebia campari
E pintava o sete de mesma cor
Quantos poetas
Você já assassinou?
Eu te dei adeus
Num aeroporto abandonado
No meu teatro, você foi assim
Essa que bebia campari
E pintava o sete de mesma cor
Quantos poetas
Você já assassinou?
Eu te dei adeus
Num aeroporto abandonado
No meu teatro, você foi assim
No meu mundo, você
foi assado.
Moana Grandinetti
Essa má influência
Ela sempre tinha medo
Da monotonia
Dizem que o perigo
É da cor vermelha
Essa má influência
Ela sempre tinha medo
Da monotonia
Dizem que o perigo
É da cor vermelha
Dizem que o amor
verdadeiro
É para sempre.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
A Bahia depois do almoço
Tenho
vivido no limite
Na
borda do tempo
Entre
coxas
Entre
lábios.
Nos
dias que não bebo
Tenho
escrito poesias
Ao
enfiar o pau duro
Nas
esquinas.
Tenho
sido mar e lua
A
Bahia depois do almoço
Conversando
com estranhos
Fumando
cigarros.
Verdade absoluta
Na
sala destinada
Aos
interrogatórios
Toda
a aberração da raça humana
Entre
choques elétricos
Porradas
na cara
Nos
rins
Até
algum órgão ser perfurado
Tem
verdade absoluta
Nos
vômitos de sangue
Na
face destruída
Nas
marcas de brasas de cigarro
Tem
verdade absoluta
Nos
chutes e nos cacetetes
Tem
verdade absoluta
Num
rato raivoso
Dentro
da buceta
Tem
verdade absoluta
Na
quase-pessoa toda cagada e mijada
Tem
verdade absoluta
Nos
ossos quebrados.
Ao poeta Sérgio Bernardo
Acorde
poeta
Vá
viver a vida
Porque
sua poesia
Já
se misturou
Com
toda a sua existência
Porém,
você não passa
De
uma fotocópia
Da
realidade suja
Nua
Descorada.
Corre
poeta
Porque
os fascistas já estão a caminho
E
eles detestam poesia, não-brancos e artistas.
Voe
poeta
Porque
a intolerência não respeita o amanhecer
E
eles detestam poesia, não-brancos e artistas.
De brisa nos olhos
A
casa ainda fede a cravos:
Você
fuma ai
Com
as janelas fechadas
Então
acende um incenso
Mas
todos sabem de você
Por
causa dos seus olhos
Prefiro
as mulheres
De
brisa nos olhos.
O
primeiro do dia
Se
esbarra na cabeça espumando pensamentos
Prefiro
as mulheres
De
brisa nos olhos.
Você e eu
Só
eu sei o que vi
Portões
fechados e muros baixos, pichados
Só
você sabe o que sentiu
As
algemas apertadas.
Só
eu sei o que vivi
Na
Br-116, em Feira de Santana, em Teófilo Otoni
Só
você sabe o que aconteceu
Choques elétricos, poesias e flores.
Só
eu sei o que passei
Quando
entreguei meu corpo de braços abertos
Só
você sabe o que escutou
Verdades
alucinadas e sonetos.
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