domingo, 10 de abril de 2016

Ensaio: Os casos íntimos de Arnaldo Schneider

OS
CASOS
ÍNTIMOS 
DE
ARNALDO SCHNEIDER

Por Sabiá Coitelinho







































GENGIBRE

Nunca passou
Por mim e por minha mente
Tal possibilidade
Eu nunca disse que eu era herói.

Se você não percebeu
Eu sou vilão.

AMOR

Fazer amor
Milhares de vezes
Depois acordar
Como se fosse ontem.

Fazer amor
A cada quarto de minuto
Depois gozar
Pela cidade inteira.

Fazer amor
Sem medo de nada
Depois gavar
A beleza do mundo.

TARDES

Só encosta em mim
Entrega-me
Tudo aquilo que te pesa.

Só fume comigo
A vida é a duração de um poema
Tudo passa, passaremos.

Só esfrega em mim
Entardeça-me
Para vermos o clarão da cidade.

O LADO BOM DO AMOR

Eu pediria
Para o lado bom do amor
Durar um pouco mais
Para acordarmos com ressaca
Sem preocupar com o meio-dia.

Eu pediria
Para o lado bom do amor
Esticar por mais tempo
Para escurecer as nossas vistas
Como se fosse o primeiro cigarro.

BARBUDO

Eu te devoro
Não adianta
Seus homens
Suas mulheres
Não apagam esse fogo
Eu sou aquele barbudo
Que te transtorna.

Eu te devoro
Eu sou aquele barbudo
Que te transborda. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário