Não se deram conta
Do menino com um cravo nas mãos
Que soluçava
Sem parar
A maior parte
Da nossa tristeza
Não tem uma causa
Bem estreita
Às vezes
Preferimos o silêncio
O maldito silêncio
Que tem a capacidade
De confundir
Nossos pensamentos
Como outras drogas
Que temos
Consumido
Para os sozinhos
O silêncio é uma arma
Carregada
Apontada pros ouvidos.
Não se deram conta
Do menino com um cravo nas mãos
Que soluçava
Sem parar.
domingo, 29 de maio de 2016
terça-feira, 24 de maio de 2016
Camaleão
Porque o mar é o único
Que não mente sobre nós dois
Tenho pensado em ti
Todas as vezes em que erro
Eu ainda te espero
Para pedir o teu perdão
E te perdoar por tudo.
Eu ainda te espero
Arco-íris
Por causa das suas cores
Camaleão.
Que não mente sobre nós dois
Tenho pensado em ti
Todas as vezes em que erro
Eu ainda te espero
Para pedir o teu perdão
E te perdoar por tudo.
Eu ainda te espero
Arco-íris
Por causa das suas cores
Camaleão.
domingo, 22 de maio de 2016
A eternidade
A eternidade
Do efêmero
Em cigarros de filtro vermelho
Que fumamos
Um atrás do outro
Porque
Estamos nascendo e
Morrendo
A cada instante
A cada segundo
Isso também acontece
Com as flores
Também se passa
Com as noites
Tudo passa
Inclusive o céu e a terra.
A eternidade
Contada por ponteiros atrasados
O que nos separa é o tempo
O verbo existir
Cronometrado impacientemente
Alguns só relaxam
Ou só podem relaxar
Depois que morrem.
A eternidade
Que não evapora
Que a gente carrega consigo
Para depois
Entregar a outro.
Do efêmero
Em cigarros de filtro vermelho
Que fumamos
Um atrás do outro
Porque
Estamos nascendo e
Morrendo
A cada instante
A cada segundo
Isso também acontece
Com as flores
Também se passa
Com as noites
Tudo passa
Inclusive o céu e a terra.
A eternidade
Contada por ponteiros atrasados
O que nos separa é o tempo
O verbo existir
Cronometrado impacientemente
Alguns só relaxam
Ou só podem relaxar
Depois que morrem.
A eternidade
Que não evapora
Que a gente carrega consigo
Para depois
Entregar a outro.
sábado, 21 de maio de 2016
Poesias adulteradas
Fumando um baseado
Teus olhos
Se permitiram
A copiar essas cores
Da Ponta de Humaitá
Quando o sol morre
Em desespero.
Talvez tenhas muito
A dizer
Mas o teu silêncio
Me fez recordar
De quando eu fui torturado
Também silenciado.
Se um dia fores feliz
Perdoar será algo
Tão simples
Que repetirás várias vezes
A todo momento
As nossas poesias
Adulteradas.
Teus olhos
Se permitiram
A copiar essas cores
Da Ponta de Humaitá
Quando o sol morre
Em desespero.
Talvez tenhas muito
A dizer
Mas o teu silêncio
Me fez recordar
De quando eu fui torturado
Também silenciado.
Se um dia fores feliz
Perdoar será algo
Tão simples
Que repetirás várias vezes
A todo momento
As nossas poesias
Adulteradas.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Inferno
Se você nunca viu
O inferno
Com os seus próprios olhos
Então lhe contarei
Em palavras simples.
O ranger de dentes
O choro eterno
Dentro da barriga inchada
De crianças esqueléticas
Pagando o pecado de todas
As outras gerações passadas
A fome
Atravessa o tempo
Perante a fome
O tempo é impotente
Um menino sem braço
Nem perna.
Mas saiba que nesse jogo
Tão decisivo
Você perdeu
As mães não vão pro inferno.
O inferno
Com os seus próprios olhos
Então lhe contarei
Em palavras simples.
O ranger de dentes
O choro eterno
Dentro da barriga inchada
De crianças esqueléticas
Pagando o pecado de todas
As outras gerações passadas
A fome
Atravessa o tempo
Perante a fome
O tempo é impotente
Um menino sem braço
Nem perna.
Mas saiba que nesse jogo
Tão decisivo
Você perdeu
As mães não vão pro inferno.
terça-feira, 17 de maio de 2016
Ensaio Anti Pós-moderno: MEFISTÓFELES
MEFISTÓFELES
FILHOS DA GUERRA FRIA
Os filhos da Guerra Fria
E a depressão sem fim
Aqueles que sobreviveram a overdose
A besta e novo fascismo
Se levantam perante os povos.
Os filhos da Guerra Fria
E a tentação no deserto
Comeram e vomitaram Mefistofelismo
E não acreditaram nos ateus
Que fingiam acreditar..
EM PECADO
Teu corpo em pecado
Percebo tua garganta seca
O demônio olha-te dormir
Aquele desejo sexual intenso.
Teus olhos em pecado
Ouço teus gemidos de medo
O demônio acaricia teus cabelos
Aquela sede de foda que não passa.
Tua buceta em pecado
Sinto teus dedos entrando e saindo
O demônio mama teus peitos
Aquele tesão sem compasso.
MODERNIDADE
Folias, som de macumba, igrejas
Senzalas, cadeias, cortiços
Mães-de-santo, cristãos e poesias sujas
Penetram por nossas vistas
Por nossas narinas
Por nossas bocas
Se misturam ao nosso sangue
Por nossas narinas
Por nossas bocas
Se misturam ao nosso sangue
Sobrepujando nosso carnaval.
MODERNIDADE (II)
A cidade velha
Acordou mijada
Acordou mijada
Seus orixás e seus espíritos
Obsessores
Obsessores
Se esfregando nas esquinas
Com seus delinquentes, seus óculos escuros
Suas doenças tropicais.
A cidade velha
Com seus burgueses e seus ladrões
Assistindo a mesma televisão
Com seus neonazistas, seus aleijados
Suas flores mortas
Suas casas velhas.
Suas casas velhas.
MEFISTÓFELES
Mefistófeles me mostrou o poder do mundo
Eu vi
Eu vi as Torres Gêmeas se partirem
Eu vi Bush recrutando toda a América.
Mefistófeles me mostrou a riqueza do mundo
Eu vi
Eu vi Wall Street reluzente
Eu vi grandes bolsões de sobretrabalho.
Mefistófeles me mostrou o deus deste mundo
Eu vi
Eu vi Hollywood, a grande sodoma
Eu vi pó branco sobre corpos nús.
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