sábado, 1 de julho de 2017

A sociedade contemporânea (II)

Deixe que as estéreis
Lhe ensinem
A ser uma mãe de verdade
Da mesma forma
Que as flores
Já nascem mortas
Neste lugar
Tal como construções novas
Que já se assemelham
Com ruínas
Porque o abandono é a pior maldade
Que alguém pode
Cometer
As placas pela estrada
Tem nos orientado
Erroneamente
Como tais remédios
Que não fazem
Mais efeito.

Deixe que as putas
Lhe expliquem
Já que elas conseguem
Segurar o gozo
Quando sentem aquele
Cheiro maldito
De rola
Dentro de si mesmas
Deixe que os quartos
De pousadas sujas
No centro abandonado
Da cidade
Lhe orientem
Deixe que os estupradores
Lhe confessem
O que eles sentem
Depois que cometem
Seus crimes
Ouça as enfermeiras
Assassinas
Dormindo tranquilamente
Talvez
Haja pais amorosos
Que comem as próprias filhas
Depois fumam
Um baseado
Toda travesti chora
As flores sempre nascem
Mortas.

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