quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Sabiá contemporâneo

No teu útero
Cabe o mundo
Nos teus dias férteis
É possível plantar e comer
As poesias se reproduzem
A estancar
Certas coisas que te comovem
Mas modificam
O teu corpo
A miar
Sobre os telhados
Pois no chão
Há minas terrestres
Com os seus mortos 
Pelo passeio
Eu sentia um tesão
Para fazer sexo com você
Mas saíam lágrimas
Dos teus olhos
Que me machucavam por dentro
Porque
O teu corpo
Era um campo de refugiados.

No teu útero
Cabe o mundo.

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