domingo, 7 de maio de 2017

Das noites nos jardins da Espanha

Das noites nos jardins da Espanha
Sob o vapor d'água
De espaços úmidos aquecidos
Que raramente chegam
Aos sessenta graus
Mas ilhados no todo
Reproduzem tais circunstâncias
No corredor
Um cartaz alertava
Algo que todos já sabiam
Portas de vidro
Que transpiravam.

Das noites nos jardins da Espanha
Eu quase não posso ouvir sua voz
Em meio àquelas quase-pessoas
Que suavam descontroladamente
Você também deve estar
Eu estou naqueles lugares
Onde crianças sentem fome.

Das noites nos jardins da Espanha
Era possível enfiar o pênis desprotegido
Em verbos censuráveis e no infinito
Mas essa pele cheia de manchas de sífilis
Você tem que aceitar
Eu sou esse tipo
Que toma taxi pro banheiro.

Das noites nos jardins da Espanha
Uma melodia enlouquecedora
Apagava os pensamentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário