segunda-feira, 29 de maio de 2017

Estupro

Nas taperas velhas
Com o reboco já desfeito
Onde pessoas defecam suas próprias vidas
Em sanitários quebrados
Depois se estupram
Usando palavras moralistas
Carregadas de pudor.

Quando um mamãezinha
Quer ser fudida pelo próprio filhinho
Há algo em seu olhar
Que é impossível
Não distinguir.

Eu não conseguia parar de olhar pra aquele crucifixo
Quando aquele velho
Amarrou suas mãos e seus
Pés
Na própria cama
E lhe socava
Naqueles momentos
Em que o tempo
Não passa.

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