domingo, 18 de junho de 2017

O contemporâneo e nós

Quando se está cansado
De dar murros em ponta de faca
Nos raros episódios
Onde a verdade burguesa não aprisiona
Nenhuma semente
Germinará
Em uma terra como essa
Cada parte de seu corpo
Como uma corça sedenta
Onde antes eram totalidades
Categorias que absorviam
Tudo que havia de cartesiano
Entre o tempo e o espaço
Lembra que eu te disse
"De intelectual
A única coisa que você tem
É a arrogância e o ego".

A contradição na palma das mãos
No seu rosto
Dos seus lábios
Cabelos, joelhos, cotovelos
Das suas unhas recém cortadas
Dos pelos
Da virilha
Que transpira de suas axilas
Que para o tempo e o espaço.

Nenhuma semente
Germinará
Em uma terra como essa
Já que você se acostumou tanto
Com palavras doces
Mas que são como fel
Ao chegarem no estômago.

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