sábado, 2 de setembro de 2017

Um homem comum

Que nasça
Que morra
Que falem
Eu nunca fui mesmo
Um homem comum
Eu sou um pé de mamão macho
E por você
Já chorei, já escrevi poesias
Fiz tanta loucura
Fui embora
Voltei
Pichei muros
Queimei como a braquiária
Morri de tanto
Ser e estar e haver
Ressuscitei no terceiro dia
Já tomei taxi pro banheiro
Depois que fui expulso
Do céu
Voltei a morrer nos outros dias
Fedi igual arruda
Igual incenso, igual macumba
Conversei com o diabo
Em pleno transe
Sobre o capitalismo e poder do mundo
Até ele se cansar de mim.
E por você
Já fugi de hospitais
De manicômios
De prisões de segurança máxima
De consultórios de dentistas
Já fui um tolo
Já fui um bobo
Como folhas de taiobas
Como o capim cidreira.
E por você
Eu mentia descaradamente
Te acompanhando
Até o calvário.
E por você
Já fui carne
Já fui espírito
Já fui pássaro
Sabiá
Cuitelinho.

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