Tudo o que você é
Não passa de um mero
Ponto de vista
Da mesma forma
Que o criar e o destruir
São apenas
Duas formas diferentes
De enxergar.
Tudo o que você pode
Seria tão grande
Se a teimosia não fosse
O teu pilar
Santa ignorância
Depois de distribuir
Os dons se acabaram
Ao homem
Não lhe sobrou nada.
Tudo o que você será de vez quando
Como algumas travestis
Nas ruas do centro da cidade
Oferecendo o que elas têm de mais precioso
Além do próprio corpo
A juventude eterna
A imortalidade
O vírus da AIDS
Como ex-fumantes
Ex-presidiários
No fundo todo alcoólatra
Está se enganando
Como feridas incandescentes
Tios pedófilos
As flores que brotam
Da sujeira das ruas
Elas gozavam e os olhinhos
Se fechavam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário