Porque de mim
Já não resta dúvida
A verdade sob o sol
Já não resta dúvida
A verdade sob o sol
Nossa pele avermelhada
Desmentia-nos
De garganta seca
Te desejei
Enquanto bebias água
Te comia
Com os olhos
Eu te via
Gozar.
E você gozava
Com fúria e paixão
Ao furar meus olhos
Te vi desbotando o azul do céu
Te ouvi distorcendo palavras
Pintando o sete
Construindo ídolos pagãos e religiões
Que você não tinha a disciplina necessária
Para cultuar e seguir
Eles se voltaram contra você
Vomitando rios de ácido
Chuvas ácidas
Aqui você está segura
Por enquanto.
A tarde fria de Juiz de Fora
Denunciava a nossa estupidez
O perigo estava em quadris
Que nos pressionava por sexo
Sentir tesão era algo vergonhoso
Crianças abortadas choravam
Em latas de lixo
Eram almas muito sofridas
Sair pelo mundo é o mesmo que
Se fechar em si mesmo
A parte mínima reproduz o todo
As tardes mais lindas
Que já vi.