O que eu tenho entre as pernas
Além de discórdias, poesias, ideias sem nexo e fotografias
Em preto e branco
Eu trago remendos da totalidade
Como um devenir
É grátis
Não é pecado.
O que eu tenho entre as pernas
Você vai se surpreender
Quando bem de manhã
Desperto com a cabeça no óbvio
Com um machado na mão
Eu corto a lenha
Em lascas pequenas
Porque penso em acender o fogo
Daquele velho fogão a lenha
Depois fico rindo da sua cara e lhe digo
É grátis
Não é imoral.
O que eu tenho entre as pernas
Tais líricas escorrendo e se criando
Se recriando, se autodestruindo
Elas gozam, se lambuzam, depois dormem
Depois acordam e gozam de novo
Múltiplos orgasmos
Filosofias ocidentais que compõem
O marxismo contemporâneo
Ou Mestre Gabriel no meio da Amazônia
Bebendo o vegetal com os índios
Deveria estar escrito
É grátis
Não mata.
O que eu tenho entre as pernas
Uma depravação contínua
Mas bem diferente deles
Eles se ferem a eles mesmos
Depois fodem eles mesmos
Mas saiba que amor também dói
É grátis
Não tem culpa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário