Tenho ejaculado
Gírias contemporâneas
Poesias de duplo sentido
Palavras que são sinônimos
E ao mesmo tempo antônimos
De uma mesma coisa
Tão indecifrável
Também ao mesmo tempo
Tão óbvia.
Tenho ejaculado
A escuridão da noite
Toda a minha delinquência
Em carne viva
Ao enfiar o pênis
Em verbos no infinitivo.
Tenho ejaculado
Na última que morre
Antes que ela me enterre.
terça-feira, 26 de julho de 2016
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Brightness
The brightest thing that exists
Your eyes
your tired eyes
So small
After that you smoked marihuana.
The only thing that reduces the universe
It's the poetry which you carry
Between your breasts.
Your eyes
your tired eyes
So small
After that you smoked marihuana.
The only thing that reduces the universe
It's the poetry which you carry
Between your breasts.
Quando eu vim pra Bahia
Quando eu vim pra Bahia
As distorções fizeram sentido; enfim
Mas levo comigo, o que você havia me dado
Ipês amarelos e terra queimada.
Quando eu vim pra Bahia
Percebi; as previsões não se realizaram
Mais uma vez, e mais um pouco
Ainda posso sentir teu bafo.
Quando eu vim pra Bahia
Deixei; por ai sem beleza plausível
O que havia, de mais precioso, no final
Paixões sem nexo e concretudes enferrujadas.
As distorções fizeram sentido; enfim
Mas levo comigo, o que você havia me dado
Ipês amarelos e terra queimada.
Quando eu vim pra Bahia
Percebi; as previsões não se realizaram
Mais uma vez, e mais um pouco
Ainda posso sentir teu bafo.
Quando eu vim pra Bahia
Deixei; por ai sem beleza plausível
O que havia, de mais precioso, no final
Paixões sem nexo e concretudes enferrujadas.
quinta-feira, 14 de julho de 2016
Calláte
Calláte
Mi voz tan branda
Que la tarde
necesita un poco de silencio
Para descanzar
Pues la tortura
tiene el poder
De borrar
Lo que resta de
algunas cosas
Que por veces
Y en la mayor parte
de las veces
Son sin ninguna
obligación
Son sin importancia
Sin razón.
Calláte
Mi voz tan branda
Que los muertos no
serán sepultados
El sepúlcro estaba
cerrado
Por la imposición
de la orden.
Calláte
Mi voz tan branda
No puedo estar a
escribir poesias
Que nadie las puede
leer.
Calláte
Mi voz tan branda.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Ensaio: O anti-amor ou as orgias bissexuais de Gatti Puggiero
Ensaio
O
anti-amor
ou
as orgias
bissexuais
de
Gatti
Puggiero
ANTI-RIMAS
Todas as coisas
Sobre você
As mais imundas
Aquilo que mais fede
Estou repetindo
Velhas anti-rimas
Porque talvez
Você seja o
anti-amor
Da mesma forma
Que eu tenho sido
Anti-poesias.
MENINO
Menino de olhos
assustados
Eu também me
assustei quando ouvi sua história
Imagino o que tenha
visto
Comecei a ter os
seus mesmos pesadelos.
Menino de olhos
confusos
O seu amor é igual
aos pastos de braquiária
Queimando em
labaredas
Escurecendo todo o
céu.
Menino de olhos
distorcidos
Você queimou seu
próprio corpo com brasas de cigarro
Vermes de mosca
estão
Comendo suas
pupilas.
MENINA
Gozei dentro da sua
buceta
Depois urinei em seu
corpo branco
Não pude segurar a
urina
Você estava muito
bêbada
Eu também estava
Minha porra escorria
Da sua buceta
Me deu vontade de
chupá-la
Para sentir o gosto
Da minha própria
porra
Misturada em você.
Fodendo em pé
Encostados na parede
Você reclamou de um
pouco de dor
Gozei primeiro do
que você
Tive que terminar
com os dedos.
O ANTI-AMOR
O anti-amor
Como uma navalha
A cortar seus
pulsos.
O anti-amor
Do seu sangue cru
Na cerâmica branca.
O anti-amor
Da água quente do
chuveiro
A queimar sua nuca.
CULPABILIDADE
Você sai do
abstrato
Para atingir o
concreto
Depois faz o caminho
de volta
Sempre faz
De quem são as
poesias
Que estão lhe
torturando
Por dentro
Quem são as
estrelas mortas do cinema
Que lhe influenciam
Você sabe que não
pode
Culpar os mortos
Pelas suas próprias
bobagens.
Você não
conseguirá culpar os cegos
Nem os amanheceres e
os analfabetos
Pelas suas próprias
bobagens.
Nem o mar, nem a
cidade confusa
Não poderá culpa
ninguém
Pelas suas próprias
bobagens.
O ANTI-AMOR (II)
O anti-amor como um
útero estéril
Corrói a vida como
traças
Aranhas brotam de
sua pele
Como furúnculos
Carregados de pus
Sua vida é a
incongruência
Porque você não é
um ícaro
Mas eu terei que
repetir mil vezes
O seu medo
Não cabe mais
Em líricas
monossilábicas.
O MAIS SUJO
No teu corpo
Sem tatuagens
Eu sentia o cheiro
Da tua pele
Que depois
Só senti novamente
Quando cheirava
Os meus próprios
pulsos.
No teu corpo
Encostando os pés
Em teus pés
Beijando teus
lábios.
No teu corpo
Sem tatuagens
O mais sujo.
sábado, 11 de junho de 2016
Depois do amor
Depois do amor
Só a ressaca
infernal
Eu tinha me
apaixonado
Pelo sofrimento
Que havia nos seus
olhos
Se eu escrevesse
Sobre nós dois
Não seria poesia
Temos sido
O erotismo
Da cidade imunda
E somente migalhas
De uma parte pequena
Que não se resume
por ser podre
O medo que nos poda
Que justifica a
nossa ignorância.
Depois do amor
Quando fomos mijar
Em privadas
quebradas
Sem poesias.
Depois do amor
No baseado que você
fumava
Sem ninguém lhe
notar
Calmamente.
Terceira pessoa do singular
Nos puteiros
nojentos
Que fediam urina
Você bebia do meu
copo
Inconsequências.
Tropeçando em cacos
de vidro
Você me contava
mentiras
Mas eu acreditei
Porque vi seus pés
sangrando.
Prefiro falar de ti
Na terceira pessoa
do singular
Já que você, pobre
agonia
É igual a todo
mundo.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Sem nome ou adjetivo
Nos teus lábios
Tenho encontrado uma sensação
Sem nome ou adjetivo
Aquém de mim
Somente aqui
Onde na beira do mar
Eu encontro a paz.
Por isso tenho lido incessantemente
As poesias de Carlos Drummond de Andrade.
Porque você tem um sotaque mineiro
Misturado com baiano.
Tenho encontrado uma sensação
Sem nome ou adjetivo
Aquém de mim
Somente aqui
Onde na beira do mar
Eu encontro a paz.
Por isso tenho lido incessantemente
As poesias de Carlos Drummond de Andrade.
Porque você tem um sotaque mineiro
Misturado com baiano.
quarta-feira, 1 de junho de 2016
No vigésimo andar, suicidas contemplam a cidade
Se formos nos jogar
Segure minha mão, por favor
Tenho medo de altura
Mesmo desejando o infinito
Temor àquilo
Que não é instantâneo
Daquilo que não foge da gente
Algumas coisas não são de plástico
Porque a materialidade desvanece.
Se formos nos jogar
Segure minha mão, por favor
Eu sei que não tenho
Motivos para recear tanto a partida
Mas deixemos as luzes acesas
Já que sabemos que o final de tudo
Não é um julgamento
Mas sim um banquete
Para os filhos pródigos.
Segure minha mão, por favor
Tenho medo de altura
Mesmo desejando o infinito
Temor àquilo
Que não é instantâneo
Daquilo que não foge da gente
Algumas coisas não são de plástico
Porque a materialidade desvanece.
Se formos nos jogar
Segure minha mão, por favor
Eu sei que não tenho
Motivos para recear tanto a partida
Mas deixemos as luzes acesas
Já que sabemos que o final de tudo
Não é um julgamento
Mas sim um banquete
Para os filhos pródigos.
domingo, 29 de maio de 2016
Do menino com um cravo nas mãos
Não se deram conta
Do menino com um cravo nas mãos
Que soluçava
Sem parar
A maior parte
Da nossa tristeza
Não tem uma causa
Bem estreita
Às vezes
Preferimos o silêncio
O maldito silêncio
Que tem a capacidade
De confundir
Nossos pensamentos
Como outras drogas
Que temos
Consumido
Para os sozinhos
O silêncio é uma arma
Carregada
Apontada pros ouvidos.
Não se deram conta
Do menino com um cravo nas mãos
Que soluçava
Sem parar.
Do menino com um cravo nas mãos
Que soluçava
Sem parar
A maior parte
Da nossa tristeza
Não tem uma causa
Bem estreita
Às vezes
Preferimos o silêncio
O maldito silêncio
Que tem a capacidade
De confundir
Nossos pensamentos
Como outras drogas
Que temos
Consumido
Para os sozinhos
O silêncio é uma arma
Carregada
Apontada pros ouvidos.
Não se deram conta
Do menino com um cravo nas mãos
Que soluçava
Sem parar.
terça-feira, 24 de maio de 2016
Camaleão
Porque o mar é o único
Que não mente sobre nós dois
Tenho pensado em ti
Todas as vezes em que erro
Eu ainda te espero
Para pedir o teu perdão
E te perdoar por tudo.
Eu ainda te espero
Arco-íris
Por causa das suas cores
Camaleão.
Que não mente sobre nós dois
Tenho pensado em ti
Todas as vezes em que erro
Eu ainda te espero
Para pedir o teu perdão
E te perdoar por tudo.
Eu ainda te espero
Arco-íris
Por causa das suas cores
Camaleão.
domingo, 22 de maio de 2016
A eternidade
A eternidade
Do efêmero
Em cigarros de filtro vermelho
Que fumamos
Um atrás do outro
Porque
Estamos nascendo e
Morrendo
A cada instante
A cada segundo
Isso também acontece
Com as flores
Também se passa
Com as noites
Tudo passa
Inclusive o céu e a terra.
A eternidade
Contada por ponteiros atrasados
O que nos separa é o tempo
O verbo existir
Cronometrado impacientemente
Alguns só relaxam
Ou só podem relaxar
Depois que morrem.
A eternidade
Que não evapora
Que a gente carrega consigo
Para depois
Entregar a outro.
Do efêmero
Em cigarros de filtro vermelho
Que fumamos
Um atrás do outro
Porque
Estamos nascendo e
Morrendo
A cada instante
A cada segundo
Isso também acontece
Com as flores
Também se passa
Com as noites
Tudo passa
Inclusive o céu e a terra.
A eternidade
Contada por ponteiros atrasados
O que nos separa é o tempo
O verbo existir
Cronometrado impacientemente
Alguns só relaxam
Ou só podem relaxar
Depois que morrem.
A eternidade
Que não evapora
Que a gente carrega consigo
Para depois
Entregar a outro.
sábado, 21 de maio de 2016
Poesias adulteradas
Fumando um baseado
Teus olhos
Se permitiram
A copiar essas cores
Da Ponta de Humaitá
Quando o sol morre
Em desespero.
Talvez tenhas muito
A dizer
Mas o teu silêncio
Me fez recordar
De quando eu fui torturado
Também silenciado.
Se um dia fores feliz
Perdoar será algo
Tão simples
Que repetirás várias vezes
A todo momento
As nossas poesias
Adulteradas.
Teus olhos
Se permitiram
A copiar essas cores
Da Ponta de Humaitá
Quando o sol morre
Em desespero.
Talvez tenhas muito
A dizer
Mas o teu silêncio
Me fez recordar
De quando eu fui torturado
Também silenciado.
Se um dia fores feliz
Perdoar será algo
Tão simples
Que repetirás várias vezes
A todo momento
As nossas poesias
Adulteradas.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Inferno
Se você nunca viu
O inferno
Com os seus próprios olhos
Então lhe contarei
Em palavras simples.
O ranger de dentes
O choro eterno
Dentro da barriga inchada
De crianças esqueléticas
Pagando o pecado de todas
As outras gerações passadas
A fome
Atravessa o tempo
Perante a fome
O tempo é impotente
Um menino sem braço
Nem perna.
Mas saiba que nesse jogo
Tão decisivo
Você perdeu
As mães não vão pro inferno.
O inferno
Com os seus próprios olhos
Então lhe contarei
Em palavras simples.
O ranger de dentes
O choro eterno
Dentro da barriga inchada
De crianças esqueléticas
Pagando o pecado de todas
As outras gerações passadas
A fome
Atravessa o tempo
Perante a fome
O tempo é impotente
Um menino sem braço
Nem perna.
Mas saiba que nesse jogo
Tão decisivo
Você perdeu
As mães não vão pro inferno.
terça-feira, 17 de maio de 2016
Ensaio Anti Pós-moderno: MEFISTÓFELES
MEFISTÓFELES
FILHOS DA GUERRA FRIA
Os filhos da Guerra Fria
E a depressão sem fim
Aqueles que sobreviveram a overdose
A besta e novo fascismo
Se levantam perante os povos.
Os filhos da Guerra Fria
E a tentação no deserto
Comeram e vomitaram Mefistofelismo
E não acreditaram nos ateus
Que fingiam acreditar..
EM PECADO
Teu corpo em pecado
Percebo tua garganta seca
O demônio olha-te dormir
Aquele desejo sexual intenso.
Teus olhos em pecado
Ouço teus gemidos de medo
O demônio acaricia teus cabelos
Aquela sede de foda que não passa.
Tua buceta em pecado
Sinto teus dedos entrando e saindo
O demônio mama teus peitos
Aquele tesão sem compasso.
MODERNIDADE
Folias, som de macumba, igrejas
Senzalas, cadeias, cortiços
Mães-de-santo, cristãos e poesias sujas
Penetram por nossas vistas
Por nossas narinas
Por nossas bocas
Se misturam ao nosso sangue
Por nossas narinas
Por nossas bocas
Se misturam ao nosso sangue
Sobrepujando nosso carnaval.
MODERNIDADE (II)
A cidade velha
Acordou mijada
Acordou mijada
Seus orixás e seus espíritos
Obsessores
Obsessores
Se esfregando nas esquinas
Com seus delinquentes, seus óculos escuros
Suas doenças tropicais.
A cidade velha
Com seus burgueses e seus ladrões
Assistindo a mesma televisão
Com seus neonazistas, seus aleijados
Suas flores mortas
Suas casas velhas.
Suas casas velhas.
MEFISTÓFELES
Mefistófeles me mostrou o poder do mundo
Eu vi
Eu vi as Torres Gêmeas se partirem
Eu vi Bush recrutando toda a América.
Mefistófeles me mostrou a riqueza do mundo
Eu vi
Eu vi Wall Street reluzente
Eu vi grandes bolsões de sobretrabalho.
Mefistófeles me mostrou o deus deste mundo
Eu vi
Eu vi Hollywood, a grande sodoma
Eu vi pó branco sobre corpos nús.
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