Lembra-te de algumas coisas
Quando estiveres em teu ménage à trois
Tais como
Os olhos verdes avermelhados
Os pelos do peito
A boca sedenta
Os lábios com herpes
Os óculos com as lentes quebradas
A tonalidade dos cabelos
A cor das calças jeans.
segunda-feira, 20 de março de 2017
domingo, 19 de março de 2017
ENSAIO POÉTICO: ORGIA
Por S. Coitelinho
AS ORGIAS
EL DESEO
A nudez exposta nas esquinas
De corpos que gratuitamente
Se sangram
Depois se cagam
Foi corroendo o tesão
Pela vida
Na pele, sem medo
Na pele, sem medo de nada
Traz o que esse lugar incômodo
Tem de melhor e pior
Mas nada acaba
Quando amanhece
É muitas vezes quase natural
Sonhar muito e dormir pouco
Acorda-se com mais vontade.
SEDENTOS
Meu caralho em tua boca
Lhe deixava sedenta
Tua buceta em minha boca
Me deixava sedento.
Era tua mão que apertava meu
caralho
Aquilo era poesia sexual
Eu rasgava tua genitália
Enquanto confessava segredos banais
Enquanto desabafava gemidos.
Meu caralho em tua boca
Lhe deixava sedenta
Tua buceta em minha boca
Me deixava sedento.
Era você que esfregava a xana em
meu nariz
Mas o fio terra que trocamos me fez
gemer
Eu gemi poesia de ogro
Anti-sentimental e mal educado
Gozei em teus peitos e te confessei
segredos.
Meu caralho em tua boca
Lhe deixava sedenta
Tua buceta em minha boca
Me deixava sedento.
DEPOIS DA ORGIA
AS ORGIAS
Só eu sei o que vi
Portões fechados e muros baixos, pichados
Só você sabe o que sentiu
As algemas apertadas
O gosto de morrer e continuar
Vivendo sem viver
Temos fudido com tanta gente
Em busca daquilo que
Nunca teremos
Nós mesmos
Mas isso não é um crime.
O gosto de morrer e continuar
Vivendo sem viver
Temos fudido com tanta gente
Em busca daquilo que
Nunca teremos
Nós mesmos
Mas isso não é um crime.
Só eu sei o que vivi
Na Br-116, em Feira de Santana, em Teófilo Otoni
Só você sabe o que aconteceu
Choques elétricos, poesias e flores
Naquelas conjunturas
Onde os dias violentos
Já amanhecem cansados
Depois de noites de orgia.
Naquelas conjunturas
Onde os dias violentos
Já amanhecem cansados
Depois de noites de orgia.
Só eu sei o que passei
Quando entreguei meu corpo de braços abertos
Só você sabe o que escutou
Verdades alucinadas e sonetos
Como beijos com hálito
De nicotina
Tal como rolas
Com gosto de bucetas.
CAMALEÃO
Porque o mar é o único
Que não mente sobre nós dois
Tenho pensado em ti
Todas as vezes em que erro
Eu ainda te espero
Para pedir o teu perdão
E te perdoar por tudo
Eu te amo
Porque você é a contradição
Porque as nossas orgias
Têm apenas nos denunciado
Eu lembro que lhe disse
"Não consigo imaginar
Você chupando uma rola"
Você me respondeu
Com um sorriso irônico
Com os olhos alucinados
Com os dentes mordendo
"Relaxa
A vida é como uma bisca
Você não pode escolher
As cartas que param
Na sua mão".
Eu ainda te espero
Arco-íris
Por causa das suas cores
Camaleão.
Como beijos com hálito
De nicotina
Tal como rolas
Com gosto de bucetas.
CAMALEÃO
Porque o mar é o único
Que não mente sobre nós dois
Tenho pensado em ti
Todas as vezes em que erro
Eu ainda te espero
Para pedir o teu perdão
E te perdoar por tudo
Eu te amo
Porque você é a contradição
Porque as nossas orgias
Têm apenas nos denunciado
Eu lembro que lhe disse
"Não consigo imaginar
Você chupando uma rola"
Você me respondeu
Com um sorriso irônico
Com os olhos alucinados
Com os dentes mordendo
"Relaxa
A vida é como uma bisca
Você não pode escolher
As cartas que param
Na sua mão".
Eu ainda te espero
Arco-íris
Por causa das suas cores
Camaleão.
EL DESEO
A nudez exposta nas esquinas
De corpos que gratuitamente
Se sangram
Depois se cagam
Foi corroendo o tesão
Pela vida
Na pele, sem medo
Na pele, sem medo de nada
Traz o que esse lugar incômodo
Tem de melhor e pior
Mas nada acaba
Quando amanhece
É muitas vezes quase natural
Sonhar muito e dormir pouco
Acorda-se com mais vontade.
SEDENTOS
Meu caralho em tua boca
Lhe deixava sedenta
Tua buceta em minha boca
Me deixava sedento.
Era tua mão que apertava meu
caralho
Aquilo era poesia sexual
Eu rasgava tua genitália
Enquanto confessava segredos banais
Enquanto desabafava gemidos.
Meu caralho em tua boca
Lhe deixava sedenta
Tua buceta em minha boca
Me deixava sedento.
Era você que esfregava a xana em
meu nariz
Mas o fio terra que trocamos me fez
gemer
Eu gemi poesia de ogro
Anti-sentimental e mal educado
Gozei em teus peitos e te confessei
segredos.
Meu caralho em tua boca
Lhe deixava sedenta
Tua buceta em minha boca
Me deixava sedento.
DEPOIS DA ORGIA
Depois da orgia
Eu fumei um cigarro
Cabisbaixo
Mas consegui ver as luzes
Que por um momento
Não sabia
Se eram da cidade noturna
Ou do céu
Por um momento
De relance
Tive uma visão tão límpida
Católicos que ilustravam o chão das ruas
Com figuras góticas
Numa quinta-feira.
Por um momento
Me vi em Minas
Numa manhã de névoa e tristeza
Parecia que aquelas taperas
Me imploravam pra voltar
Mas um retorno
Que eu não sei para onde
Nada me pertence
Nem o amor que eu sinto
Nem meu próprio corpo
Visto que pessoas e vermes
Hão me devorado.
Nada me pertence
Nem o amor que eu sinto
Nem meu próprio corpo
Visto que pessoas e vermes
Hão me devorado.
Por um momento
Não pensei na morte
E olhei para trás
Percebendo que não já haviam
Espíritos obsessores
Naquele lugar
Mas a totalidade olhava para mim
Com uma cara moralista
Me recriminando
Rasgando minhas poesias
E ao olhar no fundo dos meus olhos
Me repetia
Quem você pensa que é?
Naquele lugar
Mas a totalidade olhava para mim
Com uma cara moralista
Me recriminando
Rasgando minhas poesias
E ao olhar no fundo dos meus olhos
Me repetia
Quem você pensa que é?
sexta-feira, 17 de março de 2017
Ménage à trois [sabiá en español]
Yo sé muy bien
Lo que piensas
No tardo a decirte tus própias promesas
Perdón por estorbar tu cena
Hay cosas sobre ti
Que no se pueden olvidar
Porque has cogido
En busca de droga
Estoy llamando de droga
A esto en que tú te cambiaste
Pero las ortigas
No pueden darte el querer
Porque ya no has aprendido nunca.
Lo que piensas
No tardo a decirte tus própias promesas
Perdón por estorbar tu cena
Hay cosas sobre ti
Que no se pueden olvidar
Porque has cogido
En busca de droga
Estoy llamando de droga
A esto en que tú te cambiaste
Pero las ortigas
No pueden darte el querer
Porque ya no has aprendido nunca.
Para algunos
El amor no puede ser otra cosa
Que no sea el sexo sin beso
El olor del bacardi
De la plata quemada en los porros
Mezclados con la nostalgia
Que desorientan
Dentro de las vaginas locas
Y de las vidas locas
Dentro de botellas con propiedad privada
Ya te dice, mierda
No te follas con otros
Con tu mente tú sabes adonde.
El amor no puede ser otra cosa
Que no sea el sexo sin beso
El olor del bacardi
De la plata quemada en los porros
Mezclados con la nostalgia
Que desorientan
Dentro de las vaginas locas
Y de las vidas locas
Dentro de botellas con propiedad privada
Ya te dice, mierda
No te follas con otros
Con tu mente tú sabes adonde.
Recordate de algunas cosas
Cuando estés en tu ménage à trois
Tal como
Los ojos verdes
Los vellos del pecho
La boca sedienta
Las gafas
El pelo
Los pantalones.
Cuando estés en tu ménage à trois
Tal como
Los ojos verdes
Los vellos del pecho
La boca sedienta
Las gafas
El pelo
Los pantalones.
terça-feira, 14 de março de 2017
Los días de indeterminación [sabiá en español]
De todas las nuestras poesías en inglés
Que escribimos aún locos de heroína
Desnudos en la cama
Después de follar
A falsear el gozo
A pensar en otros
A decir bromas
Tú sabes muy bien
Cual es el precio
Que aquellos que intentan
Ser libres o idiotas
Han pagado siempre.
Que escribimos aún locos de heroína
Desnudos en la cama
Después de follar
A falsear el gozo
A pensar en otros
A decir bromas
Tú sabes muy bien
Cual es el precio
Que aquellos que intentan
Ser libres o idiotas
Han pagado siempre.
De estos deseos llenos de calor
Como la tierra seca, la carne delgada
El sudor de todos los otros cuerpos alrededor
A espera de algun llanto
Las ganas sexuales
De las tardes calurosas que no eran nuestras
Que no eran de nadie
Por supuesto
Todo es tan vulnerable e imperfecto.
Como la tierra seca, la carne delgada
El sudor de todos los otros cuerpos alrededor
A espera de algun llanto
Las ganas sexuales
De las tardes calurosas que no eran nuestras
Que no eran de nadie
Por supuesto
Todo es tan vulnerable e imperfecto.
De esta mañana resacada
De sexo y de trago
Como si fuéramos el mar
En los días de indeterminación
Adonde los afemenados enfermos y grandes
Y también los maricones feos
Adonde las travestis de boca roja
No lloran y ni sienten miedo
En habitaciones oscuras, sucias y borrachas
Las feces
De ratones y de cucarachas
En este poco de mundo
Tan restrito
Tan sucio
Como el mundo real
Tus pechos son las calles adonde sigo
Mi pintalabios está por todo tu cuerpo.
De sexo y de trago
Como si fuéramos el mar
En los días de indeterminación
Adonde los afemenados enfermos y grandes
Y también los maricones feos
Adonde las travestis de boca roja
No lloran y ni sienten miedo
En habitaciones oscuras, sucias y borrachas
Las feces
De ratones y de cucarachas
En este poco de mundo
Tan restrito
Tan sucio
Como el mundo real
Tus pechos son las calles adonde sigo
Mi pintalabios está por todo tu cuerpo.
Estou tornando a nascer
Eu também deixei
Pelos caminhos que passei
Algumas pistas
Que me orientassem a voltar
Mas foi em vão
Como tantas outras coisas
A cada instante
Estou tornando a nascer.
Pelos caminhos que passei
Algumas pistas
Que me orientassem a voltar
Mas foi em vão
Como tantas outras coisas
A cada instante
Estou tornando a nascer.
Nos cigarros que não fumei
Nesses lábios
Com a miséria humana dilacerada
Como tantas outras coisas
A cada mirada
Estou tornando a nascer.
Nesses lábios
Com a miséria humana dilacerada
Como tantas outras coisas
A cada mirada
Estou tornando a nascer.
Depois de depilar a vulva
Meu bigode lhe fazia cócegas
Depois você me fumava
Sem tragar
Como se eu fosse um charuto
Como tantas outras coisas
A cada foda
Estou tornando a nascer.
Meu bigode lhe fazia cócegas
Depois você me fumava
Sem tragar
Como se eu fosse um charuto
Como tantas outras coisas
A cada foda
Estou tornando a nascer.
Na louca cidade da Bahia
A minha poesia é apenas mais uma
Como tantas outras coisas
A cada rima
Estou tornando a nascer.
A minha poesia é apenas mais uma
Como tantas outras coisas
A cada rima
Estou tornando a nascer.
Agora que o tempo passa mais devagar
Finalmente consegui
Acender o cigarro
E olha que não ventava muito
O asfalto estava tão quente
Que eu consegui me ver refletido no todo
Percebi que eu estava
Envelhecendo
Como tantas outras coisas
A cada esquina
Estou tornando a nascer.
Finalmente consegui
Acender o cigarro
E olha que não ventava muito
O asfalto estava tão quente
Que eu consegui me ver refletido no todo
Percebi que eu estava
Envelhecendo
Como tantas outras coisas
A cada esquina
Estou tornando a nascer.
Tesão
Eu sinto um tesão
Por ti
Que não consigo encontrar sinônimos
Menos agressivos
Eu sinto esse mesmo tesão
Pelas flores que brotam
Da sujeira das ruas
Eu tenho esse tesão
Pelo azul do céu
Do céu bem de manhãzinha
Pelo azul dos teus olhos vermelhos
Aquele azul dilatado
Daquele azul que machuca.
Por ti
Que não consigo encontrar sinônimos
Menos agressivos
Eu sinto esse mesmo tesão
Pelas flores que brotam
Da sujeira das ruas
Eu tenho esse tesão
Pelo azul do céu
Do céu bem de manhãzinha
Pelo azul dos teus olhos vermelhos
Aquele azul dilatado
Daquele azul que machuca.
Eu também sinto esse tesão
Pelas acerolas e pelas pimentas
Pelas mangas de temporão
Quando estas se avermelham
Sob o sol
Pelas tardes quentes
Nesses dias violentos
Mas tudo é tão
Pouco
Perto do resto.
Pelas acerolas e pelas pimentas
Pelas mangas de temporão
Quando estas se avermelham
Sob o sol
Pelas tardes quentes
Nesses dias violentos
Mas tudo é tão
Pouco
Perto do resto.
Eu sinto um tesão
Por ti.
Por ti.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
Dois canibais sem dentes
Eles se pegavam com fúria
Como dois canibais sem dentes
Nas sombras de uma pequena ruela
Escondida entre os prédios do centro
da cidade.
Na carteira de couro
Fez duas carreiras brancas de farinha
As narinas nem sentiram nada
Alguns segundos depois escorreram.
Se mesclaram na multidão alterada
Que cortava a madrugada com uma
tesoura cega
Viram um transsexual de batom vivo
Desejaram aquela boca.
Como dois canibais sem dentes
Nas sombras de uma pequena ruela
Escondida entre os prédios do centro
da cidade.
Na carteira de couro
Fez duas carreiras brancas de farinha
As narinas nem sentiram nada
Alguns segundos depois escorreram.
Se mesclaram na multidão alterada
Que cortava a madrugada com uma
tesoura cega
Viram um transsexual de batom vivo
Desejaram aquela boca.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Os ditadores
Os ditadores quando estão bêbados
Mastigando canivetes
Não têm pudor
De dizer disparates
E criar passados gloriosos
Que nunca existiram
Para justificar
Um presente tortuoso
Nada glorioso
Cheio de sangue.
Os ditadores sempre
Asfaltam aquelas ruas
Somente aquelas ruas
Em que eles passam.
Os ditadores plagiaram Herodes
Quando se aproxima do Natal
Eles também matam as crianças
Que veem pelas ruas.
Os ditadores também sonham, às vezes
Que estão no jardim
Com as crianças e a esposa
Enquanto um atirador os mira
Do alto
De um prédio cercano.
Mastigando canivetes
Não têm pudor
De dizer disparates
E criar passados gloriosos
Que nunca existiram
Para justificar
Um presente tortuoso
Nada glorioso
Cheio de sangue.
Os ditadores sempre
Asfaltam aquelas ruas
Somente aquelas ruas
Em que eles passam.
Os ditadores plagiaram Herodes
Quando se aproxima do Natal
Eles também matam as crianças
Que veem pelas ruas.
Os ditadores também sonham, às vezes
Que estão no jardim
Com as crianças e a esposa
Enquanto um atirador os mira
Do alto
De um prédio cercano.
sábado, 4 de fevereiro de 2017
De qualquer coisa
A fome como senhora do mundo
Empapuçada
A fome de qualquer coisa
Ela já não explica muito
Porque no final das contas
Todos, de alguma maneira
Sentem fome
Ela só poderia
Dar respostas
Quando apenas alguns a sentiam
Agora
Todos a sentem
A fome
De qualquer coisa.
Empapuçada
A fome de qualquer coisa
Ela já não explica muito
Porque no final das contas
Todos, de alguma maneira
Sentem fome
Ela só poderia
Dar respostas
Quando apenas alguns a sentiam
Agora
Todos a sentem
A fome
De qualquer coisa.
Vinagre
Bebendo vinagre
Como se fosse vinho
Fumando o último cigarro
Do maço
Repetindo
Eloquências
Repetindo
Você
Que agora cheira cocaína
E bebe água
Num apartamento
Fechado
Cheio de dúvidas
Preste a explodir.
Não chore pelos viciados
Nem pelos filhos de assassinados
Que começaram desde cedo
A usar drogas.
Não chore pelas mães
Porque elas sempre sabem
O que dizer, o que fazer
O que não fazer.
Não chore pelos santos
Nem pelos filhos pródigos
Porque sempre há perdão
Para aqueles que voltam.
Não chore pelas flores
Que não resistem à luz do sol
Quando bem de manhãzinha
Elas aparecem desapercebidas.
Como se fosse vinho
Fumando o último cigarro
Do maço
Repetindo
Eloquências
Repetindo
Você
Que agora cheira cocaína
E bebe água
Num apartamento
Fechado
Cheio de dúvidas
Preste a explodir.
Não chore pelos viciados
Nem pelos filhos de assassinados
Que começaram desde cedo
A usar drogas.
Não chore pelas mães
Porque elas sempre sabem
O que dizer, o que fazer
O que não fazer.
Não chore pelos santos
Nem pelos filhos pródigos
Porque sempre há perdão
Para aqueles que voltam.
Não chore pelas flores
Que não resistem à luz do sol
Quando bem de manhãzinha
Elas aparecem desapercebidas.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Porque el día no puede ser suyo
Lo que separa el tiempo y el espacio
la concretude y el abstracto
en la dialéctica
de sus nalgas y senos
de los culos que me miran
y los ojos
mensurables
que me enseñaron
un casi amor
pero habia mentiras
entre sus piernas
menos que
en sus lábios.
ha llovido en las calles
de las ciudades miserables
adonde nadie duerme
en paz.
usted necesita despertar
para oír las palabras atrevidas
de los poetas muertos
por las dictaduras.
escuchame, porque tengo sed
de personas locas como nosotros
que bebieron veneno
en jugo de naranjas vivas.
ahora puede acostarse
porque el día no puede ser suyo
y nadie puede
cogerlo.
la concretude y el abstracto
en la dialéctica
de sus nalgas y senos
de los culos que me miran
y los ojos
mensurables
que me enseñaron
un casi amor
pero habia mentiras
entre sus piernas
menos que
en sus lábios.
ha llovido en las calles
de las ciudades miserables
adonde nadie duerme
en paz.
usted necesita despertar
para oír las palabras atrevidas
de los poetas muertos
por las dictaduras.
escuchame, porque tengo sed
de personas locas como nosotros
que bebieron veneno
en jugo de naranjas vivas.
ahora puede acostarse
porque el día no puede ser suyo
y nadie puede
cogerlo.
Em outras poesias
em outras poesias
eu já havia escrito
como você conseguia
com tanto amor
acalmar o tempo
que berrava enfurecido
naqueles dias violentos
onde a coisa mais grandiosa
que a gente cultivava
com certo receio e dor
foi destruída
por nossas próprias mãos
alguém, por favor
faça o tempo se calar.
em outras poesias
o pior de mim
o pior de ti
em versos medíocres
sem importância
mas há nenhum outro amor
nenhuma outra dor
que não sinta medo
de se aventurar.
em outras poesias
adulteradas
cheias de duplo
sentido.
eu já havia escrito
como você conseguia
com tanto amor
acalmar o tempo
que berrava enfurecido
naqueles dias violentos
onde a coisa mais grandiosa
que a gente cultivava
com certo receio e dor
foi destruída
por nossas próprias mãos
alguém, por favor
faça o tempo se calar.
em outras poesias
o pior de mim
o pior de ti
em versos medíocres
sem importância
mas há nenhum outro amor
nenhuma outra dor
que não sinta medo
de se aventurar.
em outras poesias
adulteradas
cheias de duplo
sentido.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Izabel Abreu
A vida nos impedia
Mas você foi a primeira
A notar as imperfeições
Na lua, na poesia
No mundo, na nostalgia
Bem aqui
Dentro da gente
No lugar mais cartesiano que existe
Mas você acabou
Quebrando as unhas
Ao arranhar as paredes
Enfurecidamente
Porque algumas partes de você
Veem a totalidade
Como um caos
Enquanto outras partes
Pensam que são deus
Para criar iguais e contrários
Mas você acabou
Se ferindo
Além e aquém
De tais suposições
Que se baseiam
Em livros não lidos
Dentro de caixas de papelão
Agora que o seu caminho
Se desmensura sob seus pés
Vá com a certeza
De que você é a única lúcida
Entre nós.
Mas você foi a primeira
A notar as imperfeições
Na lua, na poesia
No mundo, na nostalgia
Bem aqui
Dentro da gente
No lugar mais cartesiano que existe
Mas você acabou
Quebrando as unhas
Ao arranhar as paredes
Enfurecidamente
Porque algumas partes de você
Veem a totalidade
Como um caos
Enquanto outras partes
Pensam que são deus
Para criar iguais e contrários
Mas você acabou
Se ferindo
Além e aquém
De tais suposições
Que se baseiam
Em livros não lidos
Dentro de caixas de papelão
Agora que o seu caminho
Se desmensura sob seus pés
Vá com a certeza
De que você é a única lúcida
Entre nós.
Já quebramos os pratos
Cagamos em sacolas plásticas e jogamos no telhado do vizinho
Fizemos a piadinha ridícula perfeita
Ao mijar, temos sentido um forte arrepio
Não temos praticado a prostituição
Porque as paredes sempre estão
Nos maldizendo
Não perca o seu tempo
Porque você é a única lúcida
Entre nós.
Cagamos em sacolas plásticas e jogamos no telhado do vizinho
Fizemos a piadinha ridícula perfeita
Ao mijar, temos sentido um forte arrepio
Não temos praticado a prostituição
Porque as paredes sempre estão
Nos maldizendo
Não perca o seu tempo
Porque você é a única lúcida
Entre nós.
Ainda não demos o nosso showzinho particular
Mas já não importa tanto
Porque você sabe melhor que qualquer um
Como é doloroso saber que estamos
Voltando ao pó
A vida sempre lhe foi atraente
Porque ela é a sua própria
Contradição
É o que diferencia os coveiros dos cravos
Já que você é a única lúcida
Entre nós.
Mas já não importa tanto
Porque você sabe melhor que qualquer um
Como é doloroso saber que estamos
Voltando ao pó
A vida sempre lhe foi atraente
Porque ela é a sua própria
Contradição
É o que diferencia os coveiros dos cravos
Já que você é a única lúcida
Entre nós.
Carnaval
Os eróticos cheiravam cocaína
Sobre os cadáveres
Como se nada estivesse acontecendo
Enquanto isso
A avenida metia, gemia e gozava
Sons estridentes
Que nos assustou
Mas nada se comparou
Aos teus olhos azuis e vermelhos
Que refletiam as nuvens de sangue no céu.
Sobre os cadáveres
Como se nada estivesse acontecendo
Enquanto isso
A avenida metia, gemia e gozava
Sons estridentes
Que nos assustou
Mas nada se comparou
Aos teus olhos azuis e vermelhos
Que refletiam as nuvens de sangue no céu.
O teu poeta
Eu sou o teu poeta
Não saberias me distinguir
Pois já tiveste muitos outros
Não há mais importância
Se não pensas mais em mim
Já não importa tanto como antes
Se essas palavras grosseiras
Rompiam
O silêncio da madrugada
Pois elas roncavam com descrença
No pé do teu ouvido
Do mesmo modo que eu esguichava
Desatinado
No pouco que havia
Nos confundido
Como as drogas diárias
Que tanto têm
Nos enlouquecido
Como os estupros
Que têm nos transgredido.
Não saberias me distinguir
Pois já tiveste muitos outros
Não há mais importância
Se não pensas mais em mim
Já não importa tanto como antes
Se essas palavras grosseiras
Rompiam
O silêncio da madrugada
Pois elas roncavam com descrença
No pé do teu ouvido
Do mesmo modo que eu esguichava
Desatinado
No pouco que havia
Nos confundido
Como as drogas diárias
Que tanto têm
Nos enlouquecido
Como os estupros
Que têm nos transgredido.
Eu sou o teu poeta
Não saberias me distinguir
Pois já tiveste tantos outros.
Não saberias me distinguir
Pois já tiveste tantos outros.
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